A  discussão a respeito de como encontrar a melhor forma de trabalhar  textos nas escolas vem aumentando, devido a resistência por parte dos  alunos em relação a leitura e a produção de texto.
Pesquisas  desenvolvidas recentemente, no campo da Lingüística e Lingüística  Aplicada, revelaram um ensino comprometido por problemas de ordem  conceitual, conteudística, pedagógica, o que resultou conclusões  alarmantes sobre as condições de produção e recepção de textos na escola  (Pécora, 1983; Brito, 1985; Geraldi, 1993 e 1998). A partir daí, os  documentos oficiais passaram a fazer indicação explícita do ensino de  leitura e produção de textos orientados por gêneros  textuais.Trabalha-los em sala de aula é uma excelente oportunidade de se  lidar com a língua nos seus diversos usos do cotidiano, pois como  afirmou BRONCKART(1999, p. 103) “a apropriação dos gèneros é um  mecanismo fundamental de socialização, de inserção prática sociais nas  atividades comunicativas humanas”, o que permite dizer que é por meio  das práticas sociais das situações concretas de comunicação que os  gêneros concretizam nossa fala.
Ao explorar a diversidade textual o professor aproxima o aluno das situações originais de produção dos textos não escolares.
Vivemos  um tempo de comunicação rápida, de profusão de imagens, de linguagens  sintéticas, de novas formas de organização de mensagens-verbais ou não  verbais. Essas transformações na comunicação exigem dos indivíduos, cada  vez mais, o pleno domínio de diferentes linguagens.Tendo a linguagem o  papel de codificar os pré-constructores históricos, e de organizar e  orientar as ações e interações humana(BRONCKART,2004), é papel da escola  assumir-se enquanto espaço oficial de intervén Cao para proporcionar ao  aprendiz condições para que dominem o funcionamiento textual com vistas  a sua inserção social.
“…o  ensino de língua debe formar o aluno para a maestria em relação AOS  modelos preexistentes, mas também debe, progresivamente, e explorando a  reflexividad dos alunos, desenvolver suas capacidades de deslocamento,  de transforma Cao dos modelos adquiridos. “(BRONCKART, 2004)
De  maneira abrangente, podemos identificar como competência  sociocomunicativa a capacidade para perceber as diferenças na  organização dos textos. Cada um de nós desenvolve diferentes formas de  “ver” o mundo, inclusive o mundo das palavras. Também no uso da  linguagem adquirimos certas habilidades enquanto vamos aprendendo a  falar e a escrever aprendemos também comportamentos linguíticos, ou  seja, o que pode, ou deve ser dito, o que não pode, ou não deve ser  dito, em qual situação, embora competências sociocomunicativa sejam  aprendidas intuitivamente junto com as palavras e as estruturas  sintáticas de uma língua, elas não são apenas intuitiva ou inconsciente:  também podem- e devem – ser ensinada na escola, ou fora dela.
Sabemos  também, por nossa experiência linguítica e conhecimento de mundo, que  em algumas situações os textos devem ser escritos, noutras devem ser  faladas ( ou orais); em outras ainda, é indiferente se a modalidade é  escrita ou oral. Também os diversos gêneros textuais são realizados por  textos orais ou por textos escritos.
O  contato com textos no nosso dia-a-dia exercita nossa capacidade de  reconhecer os fins para os quais este ou aquele texto é produzido. O  nível de linguagem, o jogo entre conteúdos explícitos e implícitos, o  respeito às relações de interlocução tornam, assim, um texto adequado ou  não a sua situação de produção/leitura. Essas são características que  definem o uso de um determinado gênero. Ninguém com um certo  desenvolvimento da competência sociocomunicativa pensaria, por exemplo,  em escrever um requerimento para pedir que lhe fosse passada a jarra de  água à mesa do jantar- a não ser que se tratasse de uma brincadeira. A  modalidade escrita e o gênero textual seriam inapropriados para a  ocasião. Percebe-se ser, assim, impossível desvincular o gênero textual  da situação em que é utilizado o texto. Temos aqui um critério de  caracterização de gênero textual: gênero é mais uma questão de uso do  que de forma lingüística.
Embora  todos nós sejamos capazes de ter intuitivamente desenvolvida essa  competência sociocomunicativa, juntamente com a aquisição da língua  materna, nossa vida adulta em um mundo letrado exige refinamentos na  identificação dos gêneros que devem vir juntamente com o aprendizado  sistematizado das regras da língua materna, nossa vida adulta em um  mundo letrado exige refinamentos na identificação dos gêneros que devem  vir juntamente com o aprendizado sistematizado das regras da língua e da  elaboração textual. As dificuldade surgem porque nem todos os gêneros  são construídos em situações tão facilmente identificáveis como a da  anedota ou a do requerimento à mesa do jantar, exemplificadas acima.
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